sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Mariza Fadista

Marisa dos Reis Nunes, Moçambique, Dezembro de 1973, é o nome de nascimento da fadista portuguesa Mariza, dona de uma extraordinária e original voz do fado, segundo ela própria diz, «cantadeira de fados».
Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».
Marisa dos Reis Nunes nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, na antiga Lourenço Marques, à época capital da província ultramarina portuguesa de Moçambique.
É filha de pai português, José Brandão Nunes, e mãe moçambicana, Isabel Nunes.
Nasceu prematura, de seis meses e meio sem qualquer justificação clínica aparente e, segundo declarações da cantora, o pai considerava-a o bebé mais feio que alguma vez vira.
Segundo ela «ainda tinha as orelhas coladas e os olhos por abrir» e o próprio pai pensou que não sobreviveria.
Foi o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Segundo ela, o pai estava «sempre a ouvir fado e, na hora das refeições, nunca se via televisão; ouviam-se discos, sempre de fado…» Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, entre muitos outros, eram os predilectos de José Nunes, e foram os que mais influenciaram a forma de cantar de Mariza.
Com cinco anos de idade, recebeu o seu primeiro xaile, e começou então a moldar a voz que a tornou famosa. Sobre o estabelecimento onde aprendeu a cantar o fado e onde actuou pela primeira vez aos cinco anos, já envergando um xaile negro.
Primeiro disco e internacionalização
O disco de estreia era para ser apenas uma edição privada, feita por insistência de João Pedro Ruela, mas acabou por ser editado em 32 países. Não conseguiu contrato de nenhuma editora discográfica portuguesa. No entanto, uma editora holandesa, a World Connection, decidiu apostar na fadista editando o seu primeiro disco em vários países.
2002 foi o ano em que Mariza viu o seu primeiro álbum, Fado em Mim, editado em Portugal. Entre as principais faixas do disco encontram-se Chuva, Ó Gente da Minha Terra e Oiça lá ó senhor vinho.
Melhor Artista da Europa de World Music
Disco que mistura um pouco de diversos estilos e que abriga uma visão mais madura do fado e uma tentativa de exploração e inovação da parte dos produtores, letristas e da própria intérprete, Fado Curvo é considerado o «CD da semana» pela BBC Radio, em 2003. Também em 2003 recebe um dos mais prestigiados e importantes prémios da sua carreira: uma nomeação da BBC Radio 3, na categoria de Melhor Artista da Europa de World Music. Vence o galardão europeu e, em 2006, volta a ser nomeada na mesma categoria. Recebe também novamente pelo novo álbum, o prémio atribuído pela Deutsche Schallplatten Kritik, a crítica alemã, vencendo de seguida o prémio de «Personalidade do Ano» pela AIEP.
O primeiro DVD
Um dia antes de receber o galardão da BBC Radio das mãos de Michael Nyman, Mariza deu um concerto em Londres, que registou um dos momentos altos da sua carreira e do qual saiu o DVD Mariza Live in London. Foi o seu primeiro DVD, editado a 28 de Junho de 2004, tendo sido gravado e editado em parceria com a BBC, com realização de Janet Fraser Crook e produção de Alison Howe.
Neste ano de 2004, canta em dueto com Sting, no disco Unity gravado por ocasião dos Jogos Olímpicos.
Nomeação para o Grammy Latino
Em 2007, com o álbum e o DVD editados, entre cerca de 5000 gravações enviadas para a organização, Concerto em Lisboa, o álbum, é um dos quatro nomeados para o Grammy Latino na categoria de Folk Music.
Mariza tornara-se a primeira portuguesa nomeada para os Grammy latinos. Foi um momento importante no seu percurso no fado. A sua nomeação causou o corrupio da imprensa nacional em torno de si. No entanto, Mariza referiu sempre que não acreditava que fosse ganhar o gramofone, mas que esta já era uma vitória para Portugal e que abriu as portas para que outros artistas portugueses possam ser nomeados.
Terra
A 9 de Maio de 2008, um novo concerto nos jardins da Torre de Belém, serviu para que Mariza apresentásse três dos temas do seu novo álbum, Terra, a editar no dia 30 de Junho em Portugal.
No mesmo mês foi divulgado a ligação à gravadora Blue Note Records, a mais importante editora de jazz do mundo.
Terra é o quarto disco de originais de Mariza, apresentado oficialmente a 16 de Junho de 2008 para a imprensa nacional e estrangeira na Culturgest, com a produção de Javier Limon. O disco baseia-se nas várias tournées realizadas por Mariza e é descrito como "orgânico", como "uma viagem". Inclui alguns fados clássicos, como Alfama e Rosa Branca, e outros com letra de David Mourão-Ferreira, como Recurso musicado por Mário Pacheco, Florbela Espanca, Paulo Abreu Lima e outros. Incluiu não só fados, mas também mornas, duetos (com Tito Paris e Concha Buika) e parcerias com Rui Veloso, Ivan Lins e Dominic Miller (guitarrista de Sting). O single é Rosa Branca.
Mariza e o fado contemporâneo
Apesar de reunir algumas críticas dos espectadores mais conservadores, Mariza foi a maior impulsionadora da nova geração de fadistas que surgiram depois do milénio, e uma das pessoas que mais contribuíram para o reconhecimento e o valor que fado conseguiu recuperar, tanto em Portugal como no estrangeiro.
Mariza faz, cada vez mais, um fado muito autêntico e muito próprio, sendo considerada o expoente do fado experimental. Representa, além de tudo, um virar de página no Fado.
Fonte neste link aqui site oficial neste link aqui
Confira no vídeo abaixo com a emocionante canção: Oh gente da minha terra, também recomendo as belíssimas canções: Primavera, Chuva, Meu Fado Meu, Cavaleiro Monge, Rosa Branca e Loucura.

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